Entre os anos de 1870 e 1914, o mundo vivia uma época chamada Bela Época, que consistia pelo ponto de vista dos grandes países industrializados: um tempo de progresso econômico e tecnológico. Confiantes e otimistas de suas potencialidades, os países abastados acreditavam que poderiam projetarem-se como modelo de desenvolvimento para os menos desenvolvidos, contudo, tal otimismo os impedia de avistar o conjunto de conflitos que emergiam silenciosamente entre eles.
Com o tempo alguns problemas foram surgindo entre os países mais industrializados. Disputas foram fomentando tensões que cresciam juntamente com o progresso. Nações como Itália, Alemanha e Japão, decidiram modernizar seus regimes econômicos, o que acarretou uma concorrência pelos territórios imperialistas que cresciam a cada dia. Pela ótica lógica do lucro capitalista, os países industrializados disputavam cada centímetro das matérias-primas disponíveis no momento e, como conseqüência de sua grande produção, disputavam também os mercados consumidores.
As diferenças e desavenças foram se intensificando cada vez mais e, com isso surgiu uma outra corrida, desta vez, armamentista, pois todos estavam preocupados em manter o que possuíam e também de conquistar novos territórios. Os países europeus investiam de forma impiedosa na tecnologia da guerra e ainda tentava de todas as formas fortalecer seus exércitos, neste ponto, vale salientar as ideologias nacionalistas que alimentavam um sentimento utópico de superioridade que desconcertava o entendimento entre as nações.
As vésperas de tantas tensões e rivalidades, alguns países foram formando alianças para se fortalecerem contra algum ataque inesperado, através da assinatura de acordos políticos-militares. Por fim, o velho continente estava dividido pela Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália) e a Tríplice Entente (Rússia, França e Inglaterra). Os países europeus acabaram se dividindo em blocos políticos que, inevitavelmente foram uma das possíveis aberturas para o início da primeira guerra mundial.
Com tais ingredientes, se formara então o estopim que atingiu seu ponto com o início da guerra em 1914, aproveitando-se da disputa política pela região dos Bálcãs, a Europa deu início ao terrível efeito e poder das metralhadoras, submarinos, tanques, aviões, gases venenosos, destruição e milhares de mortes. O que lhe custou o antigo paradigma que projetava para o mundo o modelo europeu de ser seguido.
Até os dias de hoje, a razão verdadeira da primeira grande guerra não esta completamente evidenciada, devido às inúmeras razões escritas no livro de nossa existência. Além das descritas acima, ainda há um fato relacionado que pode ter sido o botão acionador final para o impasse, o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono Austro-Húngaro e de sua esposa, pelas mãos do sérvio Gavrilo Princip, que fazia parte do grupo nacionalista-terrorista armado chamado, Mão Negra (oficialmente chamado “Unificação ou Morte”), que lutavam pela unificação dos territórios que continham sérvios.