A Guerra de Canudos aconteceu no nordeste brasileiro no final do século XIX, mais precisamente entre os anos de 1896 e 1897. Nessa época, o nordeste do Brasil vivia uma realidade de fome, seca, miséria, violência e abandono político. Os nordestinos se encontravam desamparados e a mercê da autoridade e do poder dos coronéis.
Em meio a esse cenário, um homem chamado Beato Antônio Conselheiro passou a espalhar o fanatismo religioso pelo sertão da Bahia, dando origem a um movimento popular formado por fanáticos, jagunços e sertanejos desempregados. Conselheiro se dizia enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e os pecados republicanos.
Com seu discurso fervoroso, Antônio Conselheiro arrebatou multidões de pessoas que desejavam sair da extrema pobreza. Esse movimento deu início a uma revolta, a qual o governo da Bahia não foi capaz de conter inicialmente. Assim, as forças da República tiveram que intervir para dissolver o grupo do Beato Conselheiro.
A região de Canudos ficava na zona de influência do Barão Jeremoabo. Em 1896, a força policial do tenente Pires Ferreira foi enviada pelo governo da Bahia para a primeira batalha, mas acabou derrotada pelo grupo de Antônio Conselheiro. Depois disso, as forças oficiais realizaram mais três ofensivas contra Canudos. Na quarta, e última tentativa, que aconteceu entre os meses de setembro e outubro de 1897, um grupo de 6 mil homens, comandado pelo general Artur Oscar de Andrade Guimarães, conseguiu invadir e destruir o arraial.
Ao chegar ao fim, a Guerra de Canudos deixou mais de 5 mil mortos. A história desse movimento popular foi registrada por Euclides da Cunha, no livro “Os Sertões”.