As informações do programa de espionagem dos Estados Unidos contra o Brasil balançaram o relacionamento entre os países. Entenda!
O relacionamento entre Brasil e Estados Unidos passou por um momento de indefinição depois que denúncias deram conta de que o programa de espionagem norte-americano tinha acessado informações pessoais da presidente Dilma Rousseff e de seus assessores e ministros. A situação também se complicou quando uma reportagem do Fantástico, da Rede Globo, divulgou que os Estados Unidos teriam espionado também a Petrobras, uma das empresas mais importantes do Brasil.
A presidente Dilma Rousseff classificou o programa de espionagem como uma ameaça à soberania do Brasil e como uma falta de respeito para com o direito à privacidade. Essas informações balançaram a relação de Brasil e Estados Unidos a ponto da presidente Dilma ter cancelado uma visita oficial que faria à América do Norte a convite da Casa Branca.
Historicamente, o Brasil sempre foi um parceiro natural dos Estados Unidos. O relacionamento entre os dois países nunca envolveu dominação, mas sempre aconteceu num espírito de interesses e respeito mútuos. Entretanto, o programa de espionagem dos Estados Unidos aponta o Brasil como uma incógnita dentro dos interesses norte-americanos. Um documento da NSA afirma que o Brasil pode ser amigo, inimigo ou um problema para os Estados Unidos.
A presidente Dilma Rousseff já demonstrou mundialmente sua indignação e preocupação com relação à espionagem norte-americana. Ainda assim, cientistas políticos acreditam que o episódio de espionagem não deve trazer consequências políticas graves para o relacionamento diplomático entre os dois países.
De uma maneira geral, os Estados Unidos têm buscado um distanciamento com a América Latina. Diante disso, é provável que o governo de Barack Obama não esteja realmente preocupado com a opinião que o governo brasileiro pode ter a respeito de seu programa de espionagem.
Nos últimos anos, o Brasil tem sentido uma certa indiferença por parte do Washington e, agora, os dois países podem se distanciar ainda mais. Hoje, a relação entre EUA e Brasil é baseada mais em questões técnicas e mecanismos bilaterais do que em acordos e projetos de interesse comum.