Desde 1943 os alemães foram forçados a recuar nas frentes de batalha, durante a Segunda Guerra Mundial. Derrotados na Batalha de Stalingrado, os alemães passaram a sofrer reveses sistemáticos, mudando completamente o rumo tomado pela guerra até então. O avanço soviético foi responsável num primeiro momento pela expulsão das tropas nazistas do território ocupado, forçando-os a recuar para o “leste europeu”.
O exército soviético avançava sobre as zonas ocupadas pelos nazistas e gradualmente iniciou a recuperação de diversos países como a Bulgária, a Hungria, a Tchecoslováquia, a Polônia e a Finlândia, marchando em direção à Alemanha. Ao mesmo tempo, na frente ocidental, os aliados articulavam o ataque que pretendia libertar a França e iniciar o avanço sobre a Alemanha.
Desde o final de 1942 os alemães vinham perdendo territórios no norte da África, porém mantinha o controle sobre a Europa ocidental. Em fevereiro de 1945, os líderes dos EUA, Inglaterra e URSS ( Roosevelt, Churchill e Stálin) reuniram-se na Conferência de Ialta, na Criméia, onde decidiram o avanço final sobre a Alemanha e ao mesmo tempo determinaram a manutenção das tropas soviética no “leste europeu” possibilitando a influência do regime soviético sobre aquela região.
Em julho do mesmo ano realizou-se a Conferência de Potsdam, onde se reuniram Stálin, Churchill e Truman, novo presidente dos EUA, onde adotaram várias decisões, destacando-se a perda de territórios por parte da Alemanha, a desmilitarização, o pagamento das reparações de guerra na forma de máquinas, equipamentos e navios mercantes e a divisão do território alemão em quatro zonas de influência. Por um grande centro industrial e financeiro, a cidade de Berlim também deveria ser dividida em quatro zonas de influência, mesmo estando do lado oriental. Desta maneira, criava-se uma estranha situação, onde uma cidade do lado comunista teria três partes sob comando de países capitalistas.
A Divisão:
Após a divisão da Alemanha e o final da Guerra, iniciou-se a polarização denominada Guerra Fria. De um lado a política norte-americana de procurar reorganizar os mercados dos países capitalistas, a partir de seus interesses imperialistas, e de outro a política da União Soviética, procurando expandir sua influência sobre outros países, criando uma zona de influência militar e econômica. A Guerra Fria foi na prática uma disputa imperialista entre as principais potências que emergiram da Segunda Guerra.
Um dos efeitos da Guerra Fria, nome dado ao período que se seguiu a Segunda Guerra Mundial, foi considerar que a Alemanha foi dividida em duas partes, assim como Berlim. Tem-se normalmente a idéia de que os soviéticos tomaram a parte oriental do país e da cidade enquanto que o lado Ocidental permaneceu “livre”. A propaganda anticomunista que se desenvolveu em todo o mundo capitalista, acabou sendo responsável, propositalmente, para a difusão deste erro. Outro equívoco é achar que a divisão em duas partes da cidade foi realizada na prática com a construção do Muro de Berlim.
Os países capitalistas decidiram reunir suas zonas de influência em uma única administração, fortalecendo-os frente aos soviéticos; em represália, Stálin decretou o bloqueio dos suprimentos para os aliados, uma vez que a parte capitalista da cidade ficava na Alemanha Oriental, seu território deveria ser atravessado para que Berlim Ocidental fosse abastecida. Ao impedir o transporte de mercadorias por território controlado pela URSS, iniciou-se a primeira crise de Berlim. O ocidente contornou o problema com a criação de um “corredor aéreo”, através do qual, a aviação aliada passou a abastecer a cidade (1948-49).
Em 1949 as zonas de ocupação ocidental foram transformadas na República Federal da Alemanha, enquanto que a zona sob influência soviética tornou-se a República Democrática Alemã.