A Revolta da Chibata foi um conflito que aconteceu no início do século XX, envolvendo os marinheiros brasileiros. Nesse período, os oficiais da marinha tinham que cumprir uma rotina exaustiva de trabalho, recebendo baixos salários e sofrendo punições físicas, como chibatadas.
Revoltados com as condições de trabalho, em 1910, o marujo João Candido e os marinheiros de Minas Gerais e São Paulo decidiram tomar o controle das embarcações brasileiras.
Os marinheiros enviaram um telegrama ao presidente Hermes da Fonseca exigindo melhores condições de trabalho e o fim dos castigos. É importante ressaltar que os marinheiros eram, em sua maioria, negros e pobres que lutavam por uma vida mais digna e por seus direitos.
A Revolta da Chibata começou no Rio de Janeiro, que na época era a capital do Brasil. Os revoltosos ameaçavam atacar a capital, caso suas reivindicações não fossem aceitas pelo presidente.
O fim da primeira revolta só aconteceu depois de o presidente decretar a extinção dos castigos físicos e sancionar a anistia aos marinheiros. Mas, nesse momento, vários marinheiros que tinham participado do levante foram expulsos da marinha, o que levou a um novo conflito.
Os marinheiros conduziram um novo protesto na ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, mas sem o apoio de boa parte da força da marinha, os revoltosos acabaram dizimados e os que sobreviveram tiveram que se render.
Os sobreviventes foram forçados a embarcar no navio Satélite, que seguiu em direção ao Amazonas, e tiveram que trabalhar na produção da borracha. Muitos foram fuzilados a bordo da embarcação.
João Candido, que era o líder da revolta, perdeu sua colocação na Marinha e foi internado como louco no Hospital dos Alienados.