A independência do Brasil muito antes do príncipe regente Dom Pedro I proclamar o fim dos nossos laços com Portugal nas margens do rio Ipiranga. Para entendermos melhor como o Brasil tornou-se uma nação independente, devemos observar as transformações políticas, econômicas e sociais inauguradas com a chegada da corte Lusitana.
Tal episódio da história foi um fato de grande importância para as justificativas para a nossa independência. Ao pisar em solo brasileiro, Dom João VI tratou de cumprir os acordos firmados com a Inglaterra, que se comprometera em defender Portugal das tropas de Napoleão e escoltar a corte portuguesa ao litoral brasileiro. Por isso, antes mesmo de chegar a capital da colônia, o rei português realizou a abertura dos portos brasileiros as demais nações do mundo.
Se olharmos do ponto de vista econômico, podemos julgar que, tal ato fora o primeiro grito de independência do país, onde a colônia brasileira não mais estaria acorrentada ao monopólio comercial imposto pelos antigos pactos coloniais. Com tal iniciativa, os produtores agrícolas e comerciantes nacionais expandiram seus negócios e viveram um tempo de prosperidade material nunca antes usufruído em toda história colonial, a liberdade, por este ponto já podia ser contemplada pelo olhar da elite daquele tempo.
Podemos observar também a reforma urbanista organizada por Dom João VI que promoveu um embelezamento do Rio de Janeiro que deixou de ser uma simples zona de exploração para se tornar o Reino Unido de Portugal e Algarves. Se a medida prestigiou os novos súditos, logo despertou a insatisfação dos portugueses que foram deixados a mercê da administração de Lorde Protetor do exército inglês.
Tais medidas alimentaram um movimento de mudanças organizadas por parte da elite lusitana, que se sentiu abandonada por sua antiga autoridade política, foi nesse cenário que uma revolução constitucionalista tomou conta dos quadros políticos portugueses em agosto de 1820. A Revolução Liberal do Porto tinha como objetivo reestruturar a soberania política portuguesa por meio de uma reforma liberal que limitaria os poderes do rei e reconduziria o Brasil a condição de colônia.
Os revolucionários formaram uma Assembléia Nacional que ganhou a alcunha de “Cortes” e exigiam que o rei Dom João VI retornasse à Portugal para que legitimasse as transformações políticas em andamento, mas, temendo perder sua autoridade real, D. João nomeou seu filho, Dom Pedro I como príncipe regente do Brasil no ano de 1821.
A medida ainda foi acompanhada pelo desfalque nos cofres brasileiros que deixou a nação em terrível situação financeira. Em meio a tais conturbações políticas, Dom Pedro I tomou medidas a favor da nação brasileira. Entre suas primeiras medidas, o príncipe regente baixou os impostos e igualou as autoridades militares nacionais às lusitanas, e, naturalmente, tais atitudes desagradaram as Cortes de Portugal.
A cerca das intenções de Dom Pedro, as Cortes exigiram que o príncipe retornasse para Portugal e entregasse o Brasil ao controle de uma junta administrativa elegida pelas Cortes, a ameaça vinda de Portugal despertou a elite econômica brasileira para o risco que corriam. Desta maneira, grandes fazendeiros e comerciantes passaram a defender a ascensão política de Dom Pedro I à líder da independência brasileira.
No final do ano de 1821, quando as pressões das Cortes atingiram sua força total, os aliados à independência organizaram um abaixo-assinado onde requeriam a permanência de Dom Pedro no país, o apoio dedicado foi retribuído em 9 de Janeiro de 1822, quando Dom Pedro I reafirmou sua permanência no país no conhecido Dia do Fico, a partir deste ato público, o príncipe regente assinalou qual era a sua posição política.
Em seguida, Dom Pedro incorporou figuras políticas a favor da independência ao quadros administrativos de seu governo, entre eles estava José Bonifácio, grande conselheiro político de Dom Pedro e defensor de um processo conservador de Independência guiado pelas mãos de um regime monárquico, além disso, Dom Pedro firmou uma resolução onde dizia que nenhuma ordem vinda de Portugal poderia ser adotada sem autorização prévia.
Essa medida tornou sua relação política com as Cortes insustentável. Em setembro de 1822 a assembléia portuguesa enviou um novo documento para o Brasil exigindo o retorno do príncipe para Portugal sob a ameaça de uma invasão militar, caso a exigência não fosse prontamente cumprida. Ao tomar conhecimento do documento, Dom Pedro I declarou independência do pais no dia 7 de setembro de 1822, às margens do rio Ipiranga.
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