A história do carnaval

A história do carnaval

O carnaval é uma das festas mais populares do Brasil, sem duvidas é uma das mais grandiosas e um das poucas manifestações folclóricas que ainda sobrevivem à modernidade que esta ao nosso redor e possui a capacidade de envolver um grande público, contudo, o que poucas pessoas sabem é que a história de tal festa remonta a quatro mil anos antes de Cristo, no entanto, naquela época tal evento estava relacionado aos acontecimentos religiosos e rituais agrários, na época da colheita das grandes safras. No Antigo Egito, eles utilizavam o carnaval como culto a deusa Ísis, ou seja, desde essa época as pessoas já pintavam seus rostos, dançavam e bebiam. Há também indícios que o Carnaval tem sua origem em festas pagãs e rituais de orgia. Em Roma, as raízes desta comemoração estão ligadas a danças em homenagem ao deus Pã e Baco, que eram conhecidas como Bacanais e Lupercais.
Com a chegada da Era Cristã, a igreja começou a tentar conter os excessos das festas pagãs, uma das soluções encontradas foi a inclusão do período momesco no calendário religioso que antecede a quaresma, o Carnaval ficou sendo uma festa que termina com a penitência da quarta feira de cinza. Os cristãos costumavam iniciar as comemorações na época do Natal, Ano Novo e festa de Reis, mas se acentuavam no período que antecedia a Terça-feira gorda, chamada assim por que era o último dia que os cristãos comiam carne antes do jejum da quaresma, no qual havia, abstinência de sexo e até mesmo de diversões.

O carnaval é uma festa móvel, de acordo com o calendário gregoriano utilizado oficialmente na maior parte do mundo, devido ao fato de ser indicado pelo domingo de Páscoa, também uma data móvel para que não coincida com a páscoa dos judeus. Por exemplo, para saber em qual dia cairá os dias comemorativos, determina-se o equinócio da Primavera (no Brasil é o Outono) e, não se pode esquecer que o calendário segue as estações do ano conforme o hemisfério norte, onde fora criado. O primeiro domingo após a lua cheia posterior ao equinócio da primavera é o domingo de Páscoa. Diante desta regra o domingo de carnaval cairá sempre no 7º domingo que antecede à Páscoa, a quaresma tem início na quarta-feira de cinzas e como o próprio nome diz, tem duração de quarenta dias.
Na Idade Média, predominavam nos festejos de carnaval os jogos e disfarces, em Roma, havia corridas de cavalos, desfiles de carros alegóricos e divertimentos inocentes nas ruas. O baile de máscaras foi introduzido pelo papa Paulo II, no século XV e ganhou força no século seguinte por causa do sucesso da Commedia dell´arte. As máscaras mais famosas eram confeccionadas em Veneza e Florença e eram utilizadas pelas damas da nobreza no século XVIII como símbolo da sedução.

Na Europa um dos principais rituais de Carnaval foi o Entrudo, a palavra origina-se do latim e significa início, começo, abertura da Quaresma. Desde 590 D.C., quando o carnaval cristão foi oficializado, o povo comemorava bebendo para compensar o jejum, mas, aos poucos, o ritual foi tornando bruto e grosseiro e o máximo de sua violência e falta de respeito aconteceu em Portugal, nos séculos XVII e XVIII, homens e mulheres atiravam água suja e ovos das janelas dos velhos sobrados, nas ruas havia guerra de laranjas podres e restos de comida e se cometia todo tipo de abusos e atrocidades.
Já no Brasil, muitas pessoas pensam que a festa tem origem na cultura trazida pelos escravos, mas, na verdade, a festa se origina no entrudo português que chegou por aqui nas primeiras caravelas. Receberam também, muitas influências das máscaras italianas e somente no século XX é que recebeu os elementos africanos considerados fundamentais para seu desenvolvimento, com esta mistura de costumes e tradições diferentes, o Carnaval do país se tornou um dos mais famosos do mundo atraindo em todos os anos milhares de turistas.

O entrudo desembarcou no Brasil em 1641 na cidade do Rio de Janeiro e seguiu o padrão das festas de Portugal. Eram festas cheias de inconveniências da qual participavam tanto os escravos como as famílias brancas. Após insistentes intervenções e advertências da igreja católica, os banhos de água suja foram substituídos por limões de cheiro, esferas de cera com  água perfumada e bisnagas cheias de vinho, vinagre ou groselha, esses frascos originaram o conhecido lança-perfume, bisnaga ou vidro com éter perfumado criado pelos franceses. As grosserias foram substituídas pelas batalhas de flores e os desfiles dos carros alegóricos. Uma das figuras mais marcante do carnaval é o Rei Momo que foram inspirados nos bufos, atores portugueses que costumavam representar comédias teatrais para divertir os nobres. Há também o Zé Pereira, tocador de bumbo que apareceu em 1846 e revolucionou o carnaval carioca, sua origem é portuguesa, mas fora esquecido no início do século XX, deixou como sucessores os ritmistas que acompanhavam os blocos dos sujos tocando cuíca, pandeiro, reco-reco, entre outros instrumentos.

No Rio de Janeiro, ocorreu o primeiro baile de máscaras organizado pelo Hotel Itália que contagiou a cidade, mesmo sendo uma brincadeira alegre e sadia o acabou contribuindo para ainda mais marcar as diferenças sociais que na época já existiam. Entretanto, o carnaval dos salões veio para agradar a elite as classes emergentes da época, enquanto o povo ficava do lado de fora nas festas de rua. E mesmo com os grandes sucessos dos salões, foi nas ruas que a festa adquiriu sua forma genuína. Na falta de um gênero próprio de música carnavalesca, as brincadeiras, inicialmente eram acompanhadas pela Polca, logo depois o ritmo passou a ser ditado pelas quadrilhas, valsas, tangos, charleston e maxixe, todas entoadas em coro. A primeira música feita propriamente para o carnaval foi a marchinha: Ó Abre Alas, composta para o Rosa de Ouro pela Chiquinha Gonzaga, em 1899 e foi inspirada pelo ritmo dos ranchos e cordões. E caindo no gosto dos festeiros caiu no gosto popular e passou a animar os carnavais cariocas. Sobreviveram durante muito tempo, mas foram substituídas pelo Samba, e na década de 60 passou a ocupar o lugar definitivamente.

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