Com a expansão do catolicismo no Brasil foi marcada principalmente pela ação dos jesuítas às populações nativas, porém, não podemos deixar de levar em consideração que o país foi o encontro de várias culturas, o território brasileiro tornou-se o lugar mais propicio para a pratica de rituais e outras manifestações que iam contra as normas católicas, no entanto, naquela época, muitas pessoas recorriam aos conhecimentos dos indígenas ou dos escravos africanos.
Existem muitos documentos daquela época que nos aponta que homens e mulheres apelavam para o conhecimento místico e ancestral de alguns feiticeiros, geralmente essa opção era utilizada quando os remédios e a liturgia cristã não causavam o efeito esperado em algum enfermo. Muitas vezes, até alguns padres eram denunciados aos seus superiores por recomendar tais praticas religiosas.
Para cessar com tal prática, os dirigentes da igreja fizeram o requerimento das chamadas visitações do Tribunal do Santo Oficio que tinha como finalidade combater qualquer tipo de manifestação que representasse ameaça contra a supremacia dogmática católica. No ano de 1951, o clérigo Heitor Furtado Mendonça foi o primeiro a estabelecer essas visitações que investigavam os casos de heresia no país.
Tais denúncias surgiam de diversas formas, qualquer delação sem provas ou dedução precipitada era o suficiente para que as autoridades cristãs retirassem o acusado de seu lar para responder às acusações. Para facilitar o acesso aos suspeitos, o inquisidor anunciava nas praças os editos de fé que era uma espécie de documento oficial onde o clérigo declarava os pecados que poderiam ser denunciados e condenados.
O acusado, após sua prisão, sofria diversas torturas que tinham como finalidade sua confissão, uma das punições mais comuns utilizadas era cortar a planta dos pés do acusado e depois untá-los com manteiga e expor as feridas em um braseiro, porém, antes de começarem tais praticas um médico realizava uma avaliação prévia para que as limitações físicas do indivíduo fossem levadas em consideração.
Quando um dos acusados de heresia não confessava seus pecados denunciados, eram mortos na fogueira, o que servia de forte natureza coercitiva, os inquisidores acreditavam que a humilhação pública era um instrumento de combate mais eficiente que a morte. A grande maioria das perseguições do Santo ofício, ocorreram na segunda metade do século XVIII, ao todo, cerca de 500 pessoas foram denunciadas no Brasil, sendo a maioria acusada de disseminar o judaísmo.
A inquisição deixou rastros sangrentos na história do mundo caçando judeus, árabes, mulçumanos, negros e etc. Não podia ter outra religião além do catolicismo e, para chocar a grande massa, os chamados “hereges” eram usados de exemplo nas fogueiras em praça pública, para espalhar o medo. Além desses fatores a inquisição é responsável pelo empobrecimento cultural e econômico absorvidos por Portugal e Espanha que não podiam praticar estudos sobre física, biologia, medicina, agricultura e matemática, já economicamente a burguesia estava muito bem por causa do desenvolvimento do capitalismo comercial que crescia cheio de dinamismo e criatividade. Conseqüentemente, isso também afetou o Brasil, pois naquele tempo o mesmo era colônia de Portugal e seguia todas as normas estabelecidas pela inquisição.
A inquisição durante muitos séculos conseguiu manter a união da política e da religião, através dos meios burocráticos o poder sobre as pessoas para não ter o livre-arbitrio na forma de pensamento.