O movimento dos trabalhadores sem terra surgiu no Brasil na década de 80.
O MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra do Brasil, atua na defesa dos direitos dos trabalhadores rurais e na luta pela reforma agrária. O movimento se posiciona contra as desigualdades no acesso à terra.
O MST é resultado de mobilizações que aconteceram no Brasil a partir de 1984, quando o país vivia uma realidade pós-ditadura. A primeira reunião do movimento aconteceu nos dias 20 e 22 de janeiro de 1984, no Encontro Nacional dos Sem Terra, que ocorreu em Cascavel, no Paraná.
Esse primeiro encontro dos trabalhadores sem terra reuniu 80 pessoas que ajudavam a organizar ocupações de terra em 12 estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Bahia, Pará, Goiás, Rondônia, Acre e Roraima.
A partir dessa reunião ficou determinado que a ocupação de terras improdutivas seria uma ferramenta fundamental e legítima dos trabalhadores rurais. No encontro também foram definidos os objetivos da luta sem terra pela Reforma Agrária.
Em 1985, o MST realizou seu 1º Congresso Nacional, em Curitiba, no Paraná. Em 1989, com a eleição de Fernando Collor de Mello para a presidência da República, houve um retrocesso na luta pela terra no Brasil.
Em 1990, O MST realizou seu II Congresso, desta vez em Brasília. Já em 1995, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o MST realizou seu 3º Congresso Nacional, aproveitando para reafirmar a luta no campo pela Reforma Agrária.
O movimento sempre encontrou resistência por parte do Governo Federal. Ao longo de sua existência, muitas promessas foram feitas, mas os trabalhadores continuam lutando pelo direito a terra.
Em 1996, houve o massacre de Eldorado dos Carajás, ocasião em que morreram 19 sem terras. Esses trabalhadores rurais foram assassinados pela polícia no Pará. O fato ficou marcado como uma das reações mais violentas da história do movimento.
Em 2002, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente, os trabalhadores rurais esperavam grandes tranformações no campo, mas as mudanças na estrutura fundiária não foram relevantes.
Para os trabalhadores do MST, as mudanças sociais e econômicas dependem das lutas sociais e da organização dos trabalhadores. Hoje, o MST está presente em 24 estados.
De acordo com uma Pesquisa de Avaliação da Qualidade dos Assentamentos da Reforma Agrária do Brasil, promovida pelo INCRA em 2010, existem cerca de 90 mil famílias aguardando para serem assentadas no país. Desse total, 31,04% dos trabalhadores vivem em acampamentos com energia elétrica, mas sem acesso aos serviços básicos de saneamento.
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