Apartheid (separação) foi um regime de segregação racial, ou seja, separação racial adotado em 1948 até 1994 (46 anos) pelos sucessivos governos do Partido Nacional na África do Sul, no qual os direitos da grande maioria dos habitantes foram cerceados pelo governo formado pela minoria branca. A segregação racial na África do Sul teve início ainda no período colonial, mas o apartheid foi introduzido como política oficial após as eleições de 1948. As novas leis dividiam em grupos raciais: negros, brancos, de cor e indianos, segregando assim, as áreas residenciais, muitas vezes utilizando a força bruta. A partir do ano de 1958, os negros foram privados de sua cidadania, tornando-se cidadãos das pátrias tribais. Nesta altura, o governo já havia segregado a saúde e a educação e outros serviços públicos, fornecendo aos negros, serviços inferiores aos brancos.
Tal política de separação racial foi oficializada em 1948, com a chegada do Novo Partido Nacional (NNP) ao poder. O apartheid proibia o acesso dos negros as urnas, além de não poderem adquirir nenhuma terra na maior parte do país, obrigando-os assim a viverem em zonas residenciais segregadas, uma espécie de exílio geográfico, além disso, casamentos e relações sexuais entre pessoas de etnia9s diferentes também era terminantemente proibidas.
Em 1950, a oposição ao apartheid teve início de forma mais intensa quando o Congresso Nacional Africano (CNA), uma organização negra criada em 1912, lançou uma desobediência civil. A polícia matou 67 negros que participavam da manifestação em 1960. O massacre de Sharpeville, como ficou conhecido, provocou protestos em diversas partes do mundo, como conseqüência, a CNA foi declarada ilegal e seu líder, Nelson Mandela, foi preso em 1962 e condenado a prisão perpetua.
Em 1975, com o fim do império português e a queda do governo de minoria branca na Rodésia, atual Zimbábue (1980), o domínio branco entrou em crise na África do Sul. Tais fatos intensificaram manifestações contra o apartheid, a ONU (Organização das Nações Unidas) tentou dar fim à política praticada no país. Piter Botha, presidente, promoveu reformas, mas manteve os principais aspectos do regime racista.
Em 1989 ocorreram várias mudanças com a posse do presidente Frederick de Klerk, em 1990, Mandela foi libertado e o CNA recuperou sua legalidade, Klerk revogou as leis raciais e deu inicio ao dialogo com a CNA, sua política foi legitimada por um plebiscito só para brancos, no qual 69% dos votos foram para o final do apartheid.
Klerk e Mandela ganharam o Prêmio Nobel da Paz no ano de 1993 e em abril de 1994, Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul nas primeiras eleições multirraciais do país. O parlamento aprovou a Lei de Direitos sobre a Terra, restituindo propriedades as famílias negras atingidas pela lei de 1913, que destinou 87% do território para a minoria branca.
Em 1999, as eleições parlamentares foi vencida pelo candidato indicado por Nelson Mandela, Thabo Mbeki, descartando assim qualquer tentativa de retorno de uma política segregacionista no país que viveu durante tantos anos à sombra da segregação racial.
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